sexta-feira, 30 de julho de 2010

A-diversidade

Não existe coisa pior na vida do que não (poder) fazer nada. Uma das piores sensações que o ser humano pode ter a do vazio. Aquela angústia que dar ao ver a hora passar e você não sair de lugar. Um inútil, um verdadeiro inútil. Você tenta mostrar algum serviço, mas outros já o fazem. Aquela sensação de estar sempre atrás(ado). A sensação de ser um ser que não colabora com nada e com ninguém. De um ser sem ocupação. Um ser que só habita. Mas que não tem um habitat natural.

Eu gosto é do agito, do grito, do carnaval. Bossa nova é para os fracos. Eu gosto é do rock'n rol! Eu gosto é de fazer acontecer. De colocar a mão na massa.

Eu sou a massa. Eu sou o povo. Eu gosto é de gente, Amém!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Isso não se explica:

Está escrito na sua testa, mas só eu consigo ler.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

É o que desejo

Ouvir meu grito sair da sua garganta. Ler meus versos em seu diário. Estancar meu sangue na sua ferida. Resgatar meu passado na sua memória. Enxergar meus erros no seu retrovisor. Enxugar minhas lágrimas nos seus ombros. Pendurar minhas roupas no seu cabide. Gozar da sua felicidade enquanto gozas da minha. Banhar-me nas suas lágrimas. Decifrar versos dos seus poemas. Versificar seu cotidiano. Combinar seus dias com os meus. Rezar suas orações. Ver meu suor correndo pelo seu corpo. Temer os seus medos. Ser preso pelos seus olhos, agarrado pela sua boca e entrelaçado pelos seus braços. Morrer pela sua vida.


Contar minhas histórias para os seus netos.

Que serão nossas histórias.

E que serão nossos netos.

domingo, 11 de julho de 2010

À casa torna

Mais de nove meses sem escrever por aqui.

Sem me descrever por aqui.

Sem aproveitar a grandeza que é mergulhar na imensidão de um vocabulário tão extenso, tão bonito, tão rico e, simplesmente, tão. Sem aproveitar o doce encantamento e inspiração das madrugadas. Sem percorrer o mundo da pequenitude; da poesia; das consoantes e vogais.

Sem me percorrer.

Aqui é meu lugar. De onde nunca deveria ter saído. Aqui deposito amores, sabores, rumores, flores. Dores. Aqui rememoro pecados. E comemoro vitórias frente às mais dolorosas batalhas. E batalho.

Aqui eu sucumbo sem vergonha. E levanto. Pra sucumbir de novo. E levantar novamente. Aqui eu acerto, erro, quebro e conserto. Sempre sem vergonha. Aqui eu canalizo tudo o que é sinônimo de sentimento. E sinto.

Porque escrever é sentir com as palavras.