terça-feira, 21 de setembro de 2010

De onde vem a calma

Quando a gente para pensar, demasiadamente, a gente tende a temer. Muita reflexão tira um pouco da espontaneidade, da vontade imediata e da irresponsabilidade que muitas vezes o ser humano precisa ter. Ser muito certinho é bom para o espelho da sociedade. Pensar em si faz bem a ti. E aprendi a gostar mais de mim, antes de qualquer outro. Por mais que deveras vezes algo que se faça pareça ruim ao vizinho, seu telhado tem que vir em primeiro lugar.

A goteira no teto dos outros não molha sua cabeça. A do seu teto é que incomoda seu sono.


“Eu não vou mudar não
Eu vou ficar são
Mesmo se for só
Não vou ceder...”
(Los Hermanos – De onde vem a calma)

sexta-feira, 30 de julho de 2010

A-diversidade

Não existe coisa pior na vida do que não (poder) fazer nada. Uma das piores sensações que o ser humano pode ter a do vazio. Aquela angústia que dar ao ver a hora passar e você não sair de lugar. Um inútil, um verdadeiro inútil. Você tenta mostrar algum serviço, mas outros já o fazem. Aquela sensação de estar sempre atrás(ado). A sensação de ser um ser que não colabora com nada e com ninguém. De um ser sem ocupação. Um ser que só habita. Mas que não tem um habitat natural.

Eu gosto é do agito, do grito, do carnaval. Bossa nova é para os fracos. Eu gosto é do rock'n rol! Eu gosto é de fazer acontecer. De colocar a mão na massa.

Eu sou a massa. Eu sou o povo. Eu gosto é de gente, Amém!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Isso não se explica:

Está escrito na sua testa, mas só eu consigo ler.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

É o que desejo

Ouvir meu grito sair da sua garganta. Ler meus versos em seu diário. Estancar meu sangue na sua ferida. Resgatar meu passado na sua memória. Enxergar meus erros no seu retrovisor. Enxugar minhas lágrimas nos seus ombros. Pendurar minhas roupas no seu cabide. Gozar da sua felicidade enquanto gozas da minha. Banhar-me nas suas lágrimas. Decifrar versos dos seus poemas. Versificar seu cotidiano. Combinar seus dias com os meus. Rezar suas orações. Ver meu suor correndo pelo seu corpo. Temer os seus medos. Ser preso pelos seus olhos, agarrado pela sua boca e entrelaçado pelos seus braços. Morrer pela sua vida.


Contar minhas histórias para os seus netos.

Que serão nossas histórias.

E que serão nossos netos.

domingo, 11 de julho de 2010

À casa torna

Mais de nove meses sem escrever por aqui.

Sem me descrever por aqui.

Sem aproveitar a grandeza que é mergulhar na imensidão de um vocabulário tão extenso, tão bonito, tão rico e, simplesmente, tão. Sem aproveitar o doce encantamento e inspiração das madrugadas. Sem percorrer o mundo da pequenitude; da poesia; das consoantes e vogais.

Sem me percorrer.

Aqui é meu lugar. De onde nunca deveria ter saído. Aqui deposito amores, sabores, rumores, flores. Dores. Aqui rememoro pecados. E comemoro vitórias frente às mais dolorosas batalhas. E batalho.

Aqui eu sucumbo sem vergonha. E levanto. Pra sucumbir de novo. E levantar novamente. Aqui eu acerto, erro, quebro e conserto. Sempre sem vergonha. Aqui eu canalizo tudo o que é sinônimo de sentimento. E sinto.

Porque escrever é sentir com as palavras.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Um pinguinho de saudade

Por mais que eu tenha vivido todos os meus dias por você
E mesmo que eu tendo admitido todos os meus erros
Por mais que eu venha ajoelhado e de pés descalços
Eu sei que nem assim você vai querer me ver
Por mais que eu tenha sugerido milhões de propostas
E tenha te contado outros milhões de porquês
Por mais que eu venha protegendo todos os teu passos
Eu sei que nem assim você vai querer me ter
Não tiro sua razão, nem seus motivos
Porta na cara é o que tenho a merecer
Demais foram os pecados por mim cometidos
Mais de sete eu sei, sei que foram, pode crer
Sem mais nem menos eu saí da sua vida
E hoje eu venho aqui só pra tentar retroceder
Não ponho a culpa no frescor da juventude
Você foi jovem como eu, mas fez valer
O que me resta é lamentar, quanta tolice
Perdi a chance de sorrir até morrer
Então eu choro quando ouço o que me disse:
“Agora é tarde, boa sorte em teu viver”
Se hoje escrevo essa canção é porque tenho
A esperança de um dia você ler
Quem sabe assim nasce um pinguinho de saudade
Do tempo em que a gente era um só ser

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Lábios perdoados

Eis que chegou a primavera
E agora não falta mais flor no meu jardim
Eis que se pintou uma aquarela
E o preto e branco não habita mais em mim
Não vá pra longe não, viu?
Não vá sem embora!
Sua companhia, é noite e dia, é mundo afora
O meu apartamento te aguarda a qualquer hora
Comprei o vinho que você me diz que adora
Deixo um rastro de sorriso, a cada esquina
A cada vez que vejo o teu bem de menina
Perdoe meus lábios, eles não sabem o que fazem
Procuram os teus sempre que lembro a tua imagem
Deixo um rastro de sorriso, a cada instante
A cada vez que te escuto ao telefone
Pode crer não tenho medo, nem receio de tentar
Um dia se acerta o jeito certo de amar
Enconste teu peito no meu, pro meu corpo incendiar
Encoste tua boca na minha, pro meu lábio adocicar


Me mostre pra que veio que eu te mostro aonde irá.