A minha insanidade era normal
Caído num abismo sideral
O mais confuso enigma paradoxal
O susurro me atormenta na madruga
No canto do ouvido, descendo pela nuca
Sou bola branca na mesa de sinuca
A solução é se jogar na rede, e fluir
Com aquela cara de quem não tá nem aí
E abstrair...abstrair...abstrair
Tenho sempre uma pergunta sem resposta
De dia um pedido, à noite uma proposta
Deixo a mesa bem na hora da aposta
De vez em quando um tanto quanto vulnerável
Faz cara de bruto, mas é sempre maleável
Dentre cegos ter um olho é agradável
O ócio do ofício me domava
Agora eu bato de frente, de fato e contente
Sou meu destinatário e remetente
A solução foi se jogar na rede, e fluir
Com aquela cara de quem não tá nem aí
E abstrair...abstrair...abstrair....
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